Penúrias
Abafei no meu peito os sentimentos
Empurrei o amor entre os espinhos
Coloquei no meu rosto fingimentos
Descartei teus afagos e carinhos.
E na brisa eu joguei palavras sujas
Por pensar que você nunca me amou
E hoje eu vivo pedindo que não fujas
Pra tentar entender o que passou.
Eu virei assassino e sufoquei
Uma flor que nascia no meu ego
Eu passei pela flor e arranquei
Fui um monstro diabólico não lhe nego.
Orgulhoso, por ti quando eu passava
Eu zombava do pranto em tua face
E a raiz desta flor que em mim ficava
Me provou que raiz seca renasce.
Eu queimei os papéis do desabafo
Um vestígio sequer eu não deixei
O destino ? Esse foi nosso carrasco,
Mas um dia do tal me vingarei...
Rafael Neto ...