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quarta-feira, 9 de junho de 2010

Versos

MEU PEQUENO PARAÍSO
Firmo Batista

Tuas flores serranas, virginais,
no silêncio da noite adormecida
são poéticas partículas liriais,
duma tela fulgente, colorida !...
que conserva as imagens madrigais
do teatro real da minha vida !

O cansaço me bota pra dormir!
nem dormindo consigo te esquecer.
Porque sonho, e sonhando posso ouvir,
tua brisa soprar pra me aquecer.
A saudade me mata sem sentir
e eu sentindo, morrendo sem querer.

PALHAÇO QUE RI E CHORA!
Lourival Batista

Pinta o rosto, arruma palma,
dentre os néscios e sábios!
O riso aflora-lhe aos lábios,
a dor tortura-lhe a alma!
Suporta, com toda a calma,
desgostos a qualquer hora...
Quando quer bem vai embora;
vive num eterno drama:
Pensa, sonha, sofre e ama,
PALHAÇO QUE RI E CHORA!

Se ama alguém com desvelo
deixá-lo é martírio enorme,
se vai deitar-se, não dorme,
se dorme, tem pesadelo,
sentindo um bloco de gelo,
que o esfria dentro e fora.
Desperta, medita e cora,
sente a fortuna distante,
julga-se um judeu errante
PALHAÇO QUE RI E CHORA!

Pelo destino grosseiro
a vida jamais lhe agrada.
Se sente a alma picada,
tem que ir ao picadeiro.
Não pode ser altaneiro,
não tem repouso uma hora,
chagas dentro, rosas fora...
Guarda espinho, mostra flor,
misto de alegria e dor
PALHAÇO QUE RI E CHORA!

Palhaço tem paciência,
que da planície ao pináculo
este mundo é um espetáculo,
todos nós a assistência.
À falta de inteligência
gargalhamos qualquer hora,
choramos sem ter demora
sem ânimo, coragem e fé,
porque todo homem é
PALHAÇO QUE RI E CHORA!

OLIVEIRA DE PANELAS

No cilente teclado universal
DEUS pôs som nas sutis constelações,
e na batida dos nossos corações
colocou a pancada musical,
quando a harpa da brisa matinal
vai fazendo concerto pra aurora,
nessas lindas paisagens que DEUS mora
em tecidos de nuvens está escrito:
é a música o poema mais bonito
que se fez do princípio até agora.

Quando as pétalas viçosas das roseiras
dançam juntas com o sol se levantando,
vem a brisa suave carregando
pólen vivo das grávidas cerejeiras,
verdejantes, frondosas laranjeiras,
soltam hálito cheiroso à atmosfera,
toda mãe natureza se aglomera:
de perfume, verdume, que beleza!...
É o canto da própria natureza,
festejando o nascer da primavera!

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